Uma vida sem paixão é, pra mim, uma vida fria, dura e sem cor. E não falo somente de apaixonar-se por outra pessoa; falo de apaixonar-se por si mesmo, pelo lugar aonde você mora, pelos amigos que você tem, pelos desafios que se apresentam, pelas flores, pela chuva (pelo menos de vez em quando), por uma canção, pelos seus filhos, eventualmente por uma pessoa romanticamente falando e claro, por Deus é pelo seu relacionamento com o Papai (não necessariamente nesta ordem). Apaiconar-se é aquecer os motores, é colorir as coisas, e movimentar os espaços, é colocar trilha sonora nos pensamentos, é acelerar a respiração, é sorrir a toa, é sentir-se abençoado mesmo por causa de coisas super simples, e sim, é muitas vezes sentir saudade. Mas acima de tudo, apaixonar-se é viver.
Quem nunca perdeu a noção do tempo falando com alguém ou fazendo algo que te envolve por completo? Tem gente que é apaixonado por cozinhar, outros são apaixonados por fotografar ou desenhar, tem gente que curte escrever, outros cantar ou tocar um instrumento... não importa muito, desde que dentro do nosso contexto de vida exista algo que faça o coração bater mais forte e o tempo, de algum modo parar. Assim como ter alguém assim pra conviver... é simplesmente fascinante.
Deixando de lado a adoração, que é quando o alvo da paixão se torna um ídolo, e com isso se vai a saúde da relação (deixa de ser alegria e torna-se escravidão), a paixão nos leva além e nos faz esticar limites. Apaixonados somos motivados a experimentarmos coisas que jamais teríamos tentado antes; os apaixonados sorriem mais e são mais inovadores, afinal de contas, a criatividade é um dos frutos da paixão na qual os meios são restritos ou limitados.
Viver sem ter ao menos uma paixão é triste: eu já fiz isso. O respirar é só uma resposta orgânica do corpo; o levantar-se é mais mesmo uma reação social à necessidade de pagar contas pra poder voltar a estar deitado o quanto antes; o cansaço é o companheiro constante e os olhos ficam cobertos de uma nuvem cinza que parece que não se dissipará nunca mais.
Uma vida que vale a pena sem paixão? Como seria possível? Se a paixão inspira, a paixão instiga, a paixão alimenta e dá fome e sede ao mesmo tempo... estranho, não? Mas é esse misto de sensações que nos faz, a cada dia, buscar algo a mais, e eu creio que esse é o combustível justo pra todo ser humano (em especial para os homens... porque, cá pra nós, nada impede um homem apaixonado de alcançar o seu objetivo, ou morrer tentando atingi-lo).
Se você não tem uma paixão ainda... corra! Nem que seja pra se apaixonar por correr... pesquise, avalie, procure, ore, saia mais, olhe mais à sua volta, experimente, respire mais devagar, tire os fones de ouvido e permita-se escutar coisas novas. Afinal de contas, apaixonar-se por algo ou alguém que vale a pena é raro... e nunca se sabe quando o momento justo vai acontecer!
terça-feira, 12 de junho de 2018
Uma vida que vale a pena: parte 10 - apaixonar-se
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