domingo, 10 de junho de 2018

Uma vida que vale a pena: parte 5 - compartilhar

Definitivamente o ser humano não foi feito para estar só. Por sinal, depois que Deus criou o homem, Ele mesmo viu que precisava fazer algo mais (porque caso contrário a vida do homem não seria completa) e criou a mulher. E viu Deus que isso era muito bom!
Deixando de lado qualquer discussão machista, feminista ou sei lá de que tipo, o ponto é que o ser humano, sozinho, pode até ir mais rápido, mas muitas vezes chega antes , mas acaba no lugar errado; ao passo que o ser humano que compartilha a vida com alguém chega depois mas chega no lugar mais certo e chega mais feliz. Portanto, compartilhar é preciso.
Neste momento da minha vida eu vejo o poder da vida a dois, mas reconheço também o poder da amizade pura e sincera que, em tantos momentos, me suportou e me trouxe até aqui. Sem essas amizades, de verdade, eu teria sucumbido, e não teria vivido tantas coisas boas até o dia de hoje. Sem essas amizades eu não teria quebrado barreiras, superado dificuldades e nem teria dado tanta risada em certos momentos em que, naturalmente, eu teria mil motivos pra chorar.
Mas... pra se ter uma vida que vale a pena, hoje chego a conclusão de que se faz cada vez mais necessário ser seletivo. Não acredito em mal olhado, em mandinga e nem no poder da inveja, mas honestamente tenho visto o quanto uma informação compartilhada no momento inadequado ou com a pessoa errada causa problemas que não precisariam existir, e traz dificuldades que a gente nem precisaria mesmo enfrentar se tivesse um pouquinho mais de calma e de sabedoria na hora de responder a uma pergunta. Nem todo mundo que te pergunta algo quer mesmo saber a resposta; tem gente que só pergunta por educação, tem gente que pergunta porque quer ter assunto novo para a próxima roda de bate papo, tem gente que tem uma vida tão desinteressante que quer saber da sua pra dar aquela movimentada, e tem gente que até gostaria ou pensa que se importa, mas não tem condição de ajudar em nada e no fundo, se importa mais em te ver dentro do molde dela do que em te ver feliz, desapegando de certos paradigmas pré-estabelecidos e que não necessariamente funcionam pra todo mundo. E não estou falando aqui de valores, mas mesmo quem te olha tendo em vista a medição dos teus valores, as vezes, está mais preocupado com regras do que com o amor, e como a Bíblia diz, a letra (ou a lei) mata, ao passo que o amor é vida.
Escolher bem com quem compartilhar o seu coração é bíblico. Em provérbios 4:23, o livros dos conselhos preciosos, o autor diz: "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida". Então, por que insistimos em não seguir essa recomendação que é feita para o nosso próprio bem?
Isso sem considerar que se escolhemos alguém que não tem maturidade ou condição de ouvir o que compartilhamos, colocamos sobre essa pessoa um peso e uma responsabilidade muitas vezes que ela não tem condição de carregar, e acabamos sendo tóxicos e pesados, mesmo sem querer.
Uma vida que vale a pena seguramente exige algumas companhias de caminhada, mas como todo bom alpinista ou abridor de trilha, esse tipo de jornada de longa duração e esforço não se faz sozinho, mas não se faz em bando: se faz com uma equipe pequena e bem ajustada, o que traz muito mais condições para que a jornada chegue ao fim com êxito.
Aprendi recentemente que sem receios ou melindres devo (por minha causa e por causa da minha equipe) de modo elegante delimitar o limite de quem não tiver sido convidado por mim a se aproximar da minha intimidade. Não sou obrigada a ouvir a opinião de todo mundo, e preciso aprender a discernir quem está disposto a comer um quilo de sal comigo e quem está a fim de tomar só uma cerveja. Saber diferenciar isso é vital.
Por fim, cabe ainda o desafio de saber viver uma vida reservada sem se fechar; uma vida privada sem ser solitária; uma vida no melhor estilo "Petit comité" mas aberta para testemunhar de tudo o que Deus tem feito de bom, especialmente quando está concluído. Desafio grande? Sim, mas a recompensa é ainda maior, e a recompensa é uma vida que valeu a pena ser vivida por mim e que pode sim inspirar e ajudar em amor à muitos outros a viverem uma vida que faz mais sentido.

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