Filhos amados em quem muito nos agradamos

Meu namorado tem duas filhas. São duas meninas crianças, duas meninas normais e que estão crescendo a cada dia, com as suas descobertas, desafios e talentos individuais. Uma diferente da outra em personalidade e em diversos aspectos, mas ambas muito amadas por ele. Tão amadas que quando ele está com elas, ele as fotografa sempre e quando elas não estão presentes ele sempre olha as fotos delas, e vê diversas vezes os vídeos que ele faz delas cantando, ou fazendo algo engraçadinho, ou simplesmente sendo crianças, vivendo em sua inocência e cotidiano infantil. Ele olha pra elas como se elas fossem as pessoas mais impressionantes do mundo, e a cada coisa que elas fazem ele sente orgulho e alegria.
Se uma delas tem qualquer tipo de dificuldade, ele é o primeiro a indignar-se. Aliás, inclusive quando alguém fala algo delas que soa pra ele como algo desabonador (mesmo que não seja em absoluto) ele fica imediatamente irritado, e a sua indignação é expressa com palavras (expressão essa que não é a sua usual para as demais pessoas ao seu redor) inflamadas de defesa das meninas. O homem controlado e que poucas vezes expressa reações mais efusivas, de repente se torna alguém rápido em falar e argumentar a favor dos seus objetos de carinho e afeto.
E eu, que sou uma inevitável observadora, percebo como o coração dele salta de alegria por elas, ou como os olhos brilham em vê-las, e como eles se apagam quando elas não estão por muito tempo. Mesmo que ele queira disfarçar, eu vejo claramente o quanto ele é apaixonado por elas.
E ontem, assistindo com ele um videozinho de uma viagem que ele fez com elas nas férias, eu olhava pra elas mas olhava mesmo para ele, olhando com aquele encanto todo aquela situação que, para um desavisado, seria absolutamente normal... e na hora fiquei imaginando como é a face de Deus nos olhando no nosso dia-a-dia... e essa visão me trouxe alegria e paz.
Imagina alguém que o tempo todo olha pra você com esse encantamento, que sorri e se alegra com você independente do que você faça, simplesmente porque você é quem você é... pois é, Deus é assim.
Acho que ontem eu pude ver na prática um pouco do que acho que Deus quis dizer quando Ele olhou para Jesus em Seu batismo, como relatado em Mateus 3:17, em que Ele virou-se e disse: "Este é meu Filho amado, em quem muito me agrado”. Não tinha a ver com o que Jesus faria ou já tinha feito, mas estava relacionado com a identidade Dele de filho. Mesmo que Jesus escolhesse não seguir até a crucificação, Deus seria completamente apaixonado por Seu filho, assim como é por nós (por quem Ele permitiu que Seu Filho único, que lhe conferia tanto prazer, fosse sacrificado em nosso lugar). E é assim que Ele nos vê: não tem nada que possamos fazer pra que Ele nos ame mais, e nem é possível que a maior frustração do mundo O faça nos amar menos, simplesmente porque Ele nos amou primeiro... e ontem eu vi uma amostra disso com os meus olhos.