Hoje, conversando sobre os conceitos de base da música, vi o quanto aquilo que Deus criou tem sentido em aspectos muito mais amplos do que percebemos de imediato. Mais do que isso: os conceitos criados por Ele são aplicáveis em diversas esferar, desde leis da física, por exemplo, até relacionamentos (e claro, a música!).
Então, considerando a definição que ouvi de bateristas (não hoje, mas durante praticamente toda a vida), o ritmo é a batida, o andamento, a constância (que até pode ser mudada, mas precisa ser mantida) de uma música. No fundo, o ritmo é (pelo menos para mim) a junção das batidas e dos intervalos iguais entre uma e outra, marcando o tempo de andar e o tempo de parar, definindo quão rápido se vai o quanto se deve esperar. O ritmo é o que marca o movimento, é o que define quando chegaremos a um determinado ponto, é quem comanda a música. Mas, apesar de comandar, ele fica ao fundo, e pode até ser muito marcante, mas não deve se sobressair em relação aos demais elementos (pelo menos se a intenção é fazer uma boa música).
Já a melodia, ao meu ver (e pra mim é o elemento mais complicado de explicar) é a soma de todos os sons ordenados de modo a compor uma canção, uma peça que tem começo, meio e fim, e que pode ser composta de diversos elementos: voz, sopro, cordas, percussão... mas todos eles, juntos, estão ali para fazer com que a melodia aconteça, e seja bem executada, de modo que seja agradável a quem escuta acompanhar do início ao fim aquela história a ser contada.
E por falar em história, quantas vezes tentamos entender alguma coisa que alguém quer contar, só que, porque foi colocada de modo desorganizado, com pouca ou nenhuma coerência, não conseguimos entender? Então, pra isso temos a nossa amiga (às vezes, invejada adversária) harmonia. Ela está aonde os elementos pertencentes são compatíveis entre si, e fazem sentido com a história a ser transmitida, mas principalmente, quando as coisas "se conversam de modo claro, organizado e interessante" entre si, de modo que se ouve a todos, cada um no seu tempo e no seu espaço, fazendo com que juntos eles formem uma deliciosa música, e não um barulho insuportável.
Tendo isso em consideração, quando comecei a ouvir algumas definições e explicações nesta manhã, fiquei a pensar que os relacionamentos também são assim... cada relacionamento (música) tem uma história a contar. Um relacionamento pode ser extremamente agradável de experimentar/ vivenciar, ou pode ser um sofrimento do início ao fim. E sim, um relacionamento chega ao seu fim: seja porque as pessoas deixam de se relacionar (que infelizmente é triste, duro, dolorido e muitas vezes traumatizante, mas acontece); seja porque alguém morre, e com isso o relacionamento passa a ser apenas uma memória... mais ou menos como ouvir alguém cantarolando uma canção que ela ouviu uma banda executar anteriormente (é a mesma música, mas no fundo é uma lembrança do que ela foi um dia).
Então, para termos uma boa música, cada elemento precisaria estar de acordo com a história que a canção vai contar, com o propósito pelo qual ela foi criada (seja para alegrar, seja para protestar, seja apenas para fazer as pessoas dançarem, não importa: sempre tem um porquê), e claro, é importante haver um introsamento entre cada uma das coisas, de modo que ao final, seja possível ver que cada participação seja notada e traga uma contribuição, mas sem descaracterizar o outro elemento, sem sobrepor (e embora em alguns momentos ouçamos mais um elemento do que outro, o que é normal, isso não deve ser assim por toda a música, senão, o elemento não percebido e que não contribui perde a razão e o sentido de estar ali). Ou seja, assim como na música, um bom relacionamento precisa de equilibrio, e isso não significa que será sempre igual, mas que cada uma das coisas dentro dele tem o seu espaço e faz sentido em cada etapa.
Sendo assim, a boa música exige conhecimento teórico e prático de diversos pontos: fundamentos da música, sobre o instrumento a ser usado, sobre a música a ser tocada em si, e também sobre como posicionar-se e tocar em grupo (porque uma banda não subsiste com uma pessoa só, mesmo quando tem um que aparece muito mais do que os demais). Pra poder tocar bem uma canção, é importante que individualmente a pessoa saiba música, e saiba usar o seu instrumento, e aprenda a tocar para a música e não para si ou para o seu instrumento. Só depois disso, a pessoa estará capacitada para assumir, em grupo, uma aventura de não ser só um instrumento, mas parte de um grupo, com suas riquezas, seus desafios, suas alegrias e agruras. Sem conhecer o seu instrumento, sem conhecer coisas básicas sobre música e sem ter um mínimo de prática fica muito mais complicado tocar uma boa música... quanto mais construí-la!
E isso me faz pensar em tantas coisas... que sim, eu preciso me disciplinar para escrever, para colocar no papel, pra registrar. Porque, afinal de contas, a minha parte é essa: contar a todos o que está acontecendo, como as coisas são e como elas podem ser. E seja na música, seja no relacionamento, seja para a vida: reconhecer o seu papel, a sua parte e abraçá-lo com carinho faz com que seguir o ritmo da melodia em harmonia com os demais elementos seja não só possível, mas uma linda viagem que vale a pena ser contada e recontada...
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