Quantas vezes simplesmente acontece uma coisa nas nossas vidas que parece que aconteceu só para nos atrasar ou nos parar? Sabe aquele momento em que você vive uma coisa que, sinceramente, parece que está acontecendo só pra te contradizer e te fazer desanimar? Eu vivo isso de tempos em tempos... será que só acontece comigo isso?
Vou dar alguns exemplos, e o mais recente acaba de acontecer: eu decidi varrer a casa toda, bater os tapetes, dar uma rápida liberada na casa dessa poeira que é normal entrar quando você mora em locais de maior movimento. Então, me levantei e fui, de cômodo em cômodo, fazendo isso, arrastando coisas, depois as colocando no lugar, até que terminei (nem foi tanta coisa assim, porque a casa graças a Deus tem um tamanho compacto que facilita a manutenção) e decidi pegar um pedaço de cenoura crua na geladeira para comer (ou só eu tenho essa fominha depois de fazer algum tipo de movimentação no meio da manhã?). Bom, lá fui eu pegar a minha cenourinha e me sentei novamente para continuar o que estava fazendo no computador, quando, de repente, eu sinto aquela vontade de espirrar vindo no meu nariz... agora, uma pausa: você acha que essa vontade aconteceu em que momento? Será que ela veio no momento em que eu ainda estava só contemplando a cenoura que estava em minha mão? Claro que não! Ela veio quando eu já tinha mordido um pedaço bem generoso e já tinha começado a triturá-lo com os meus dentes, formando aquela pasta de pedacinhos alaranjados dentro da boca. E nessa hora eu pensei: "caramba, tanta hora para espirrar, tem que ser justo agora que estou comendo a cenoura, e que acabei de limpar as coisas aqui em casa?", e foi então que decidi tentar apressar o processo de triturar a cenoura para engolir o mais rápido possível, de modo que quando o espirro fosse inevitável eu já não tivesse mais pedacinhos do legume para fazer aquele desastre laranja na casa que acabei de arrumar... só que, claro, não deu tempo, e além de não conseguir evitar o espirro com a boca lotada de pedacinhos leguminosos se espalhando no meu colo (menos mal, não caiu nada no chão) e nas minhas mãos, eu consegui também mordeu o meu lábio na tentativa de gerenciar tudo de uma vez...
Outra situação: eu tenho um notebook que já tem os seus, sei lá, oito anos. Aliás, eu acho que eu comprei ele exatamente quando comecei a escrever no meu blog (em 2011). Esse computador é meu companheiro de viagens, e já rodou o mundo quase que literalmente. Certamente ele tem mais milhas viajadas do que praticamente todas as pessoas que eu conheço: já atravessou o oceano Atlântico cinco vezes, passou por diversas viagens pequenas de avião e de ônibus, já rodou aquela cidade de Milano não sei por quantos dias, já andou no meu carro em São Paulo também incontáveis momentos... ou seja, é um notebook bem rodado mesmo. E claro, com toda essa movimentação, o pobre coitado começou a apresentar sinais de cansaço: já parou algumas vezes, apresentou dificuldades com a bateria, e a situação mais nova foi a fonte de alimentação parar de funcionar. Como isso aconteceu em São Paulo (quando eu fui ver a família no começo do ano) eu acabei ganhando do meu sobrinho uma nova fonte de presente, o que, confesso, foi incrível porque eu não tinha a menor ideia de como resolver a questão. Mas, meses depois (e mais algumas várias milhas rodadas) o pobre coitado deu seus sinais de novo, e há alguns dias atrás, a fonte literalmente pegou fogo (sim, eu ouvi o barulho, olhei para a tomada, vi as faiscas e desconectei da parede, e a fumaça começou a sair do fio pelo pedaço em que a chama tinha causado um buraco na proteção). Ou seja, lá se foi a minha fonte outra vez.
O que acontece é que nos dois casos (e em diversos outros que eu poderia citar que aconteceram comigo, fora as histórias que já vi e ouvi de outros) é que o ocorrido aconteceu naquela que parecia justamente a pior hora, a mais inadequada, a mais comprometedora, a que mais atrapalharia o andamento das coisas. E parecia que tinha acontecido de propósito, sabe? É como se o nariz tivesse escolhido justo a hora em que tinha mais pedacinhos minúsculos de comida na boca, ou que o computador tivesse escolhido o momento em que eu mais precisava dele para começar a produzir alguma coisa nesta nova fase. Mas claro, nem o nariz e nem o computador seguem essa lógica em que o mundo gira em torno do meu umbigo.
Daí, o que acontece é que me sobram poucas opções: ou eu me deixo abalar pelo ocorrido e reclamo, não resolvendo nada e causando mais problemas para mim; ou eu decido consertar o que aconteceu, e às vezes é possível, às vezes não (no caso da cenoura era super possível, no caso da fonte, eu não tinha condição de reparar o equipamento); ou eu procuro meios de contornar a situação até que seja possível resolvê-la de um modo ou de outro (no caso do computador, eu pude comprar uma nova fonte, e nesse meio tempo da entrega, me foi oferecido um computador reserva, que eu estou usando neste exato momento).
O que aprendo com isso é o que a Bíblia já diz desde o livro de Eclesiastes: o sol nasce sobre o justo e sobre o injusto (ou seja, todo mundo) e não faz distinção de pessoas. Isso quer dizer que coisas vão sempre acontecer conosco ou ao nosso redor, e nem sempre elas serão agradáveis. Mas, o que fará toda a diferença é o que vamos escolher diante disso: eu posso escolher abraçar a circunstância, ou olhando para ela, decidir que ela não vai me parar, e seguir em frente, lembrando que o Espírito Santo é a fonte de inspiração para obter todas as soluções que preciso durante a minha vida. Ou eu me agarro ao problema, e me permito paralizar por ele, ou eu miro na solução, e não paro até que ela seja alcançada e materializada.
A atitude que eu tiver vai definir quem vence aquela situação. Na verdade, eu creio que é até mais do que isso: a Bíblia diz que através de Cristo Jesus somos mais do que vencedores (e não "estamos" mais do que vencedores), então, a minha decisão não muda quem eu sou (mais do que vencedora em Cristo), mas ela expressa quem está me comandando: os meus sentimentos ou a minha identidade.
Eu diria até que a minha vida funciona assim: a vontade é dominada pelos sentimentos, que são dominados pelas circunstâncias, que são dominados pela minha identidade, que está sujeita à Cristo. A minha atitude expressa quem eu alimentei mais naquele momento, e portanto quem estava mais forte. Se eu me esforçar para manter na mente quem eu sou, então, nada pode me parar. Mas se eu deixar que qualquer uma das outras coisas dessa escada seja mais alimentada, então vou me expressar e agir de acordo com aquilo que mais alimentei. A escolha de ser parada pelas circunstâncias nada mais é do que decidir não trilhar sempre esse caminho de fé. E para sempre seguir essa linha até o fim, preciso estar cada dia mais perto de Cristo, conhecendo mais e mais o Amor, me deixando viver aquilo que Ele me propõe. Com isso, nenhuma circunstância, por mais dura que seja, vai me paralisar, ou me impedir de chegar a viver tudo aquilo que Ele sonhou para a minha vida.
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